domingo, 29 de maio de 2011

Projeto - Cultura e Juventude: a apropriação de equipamentos de cultura no Lajeado



UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROJETO DE PESQUISA - MESTRADO

Linha: Sociologia da Educação

Orientadora: Profª Dra. Marília Pontes Sposito


Thaís Blasio Martins

São Paulo

2011


  1. Resumo

O duplo movimento em curso na contemporaneidade, o qual sinaliza um percurso de maior preocupação para com a inclusão social e que reconhece a proeminência da questão da juventude, trás a tona a necessidade de reflexão sobre as relações estabelecidas entre juventude, políticas públicas e lazer e cultura. Diante disso, nossa pesquisa almeja observar e analisar em que medida as políticas públicas direcionadas à juventude correlacionadas à cultura e ao lazer, executadas pelo estado, pela iniciativa privada ou por organizações não-governamentais, de fato possibilitam aos jovens à experimentação e a ampliação de suas formas socialização e vivência cultural. Para isso, optamos pelo recorte da situação presente no distrito de Lajeado, na qual a recente instalação de quatro equipamentos culturais e/ou de lazer nos permite por meio de pesquisa quantitativa, a ser realizada através de questionários junto à juventude local com idade entre 14 e 18 anos, observar em que medida suas presenças permitiram a experimentação de novas vivências culturais e a ampliação de repertório anterior. Entre outros resultados, espera-se por meio da análise interpretativa e estatística dos dados notar em que medida a inserção destes equipamentos suscitou mudanças relevantes nos hábitos da juventude local.

Palavras-chave: Juventude, Inclusão Social, Cultura, Políticas Públicas.

  1. Introdução e Justificativa

Os olhos do mundo têm se voltado para as periferias e para aqueles em que lá vivem. Nos jornais, na televisão, no rádio e também na internet, projetos direcionados à promoção de cultura nos extremos de nossas cidades ganham destaque e espaço nos meios de comunicação de massa. Em especial em São Paulo, os jovens habitantes dos mais recônditos lugares têm também alcançado mais espaço e voz na mídia. Isto se deve a um duplo movimento em curso: um que sinaliza um percurso de maior preocupação para com a inclusão social e outro que reconhece a proeminência da questão da juventude na contemporaneidade.

Nos últimos anos, a academia, o poder público, a iniciativa privada e as organizações não - governamentais têm direcionado parte de seus esforços para o estabelecimento de estudos, ações e projetos que melhor dêem conta e atendam a juventude. Estes esforços relacionam-se a um desejo de entendimento deste grupo para além do senso comum do “problema social” e ao crescente interesse pela promoção da inclusão social. A inclusão social sendo entendida não como desenvolvimento de políticas públicas assistencialistas, mas como geração de políticas participativas que permitam aqueles à margem se tornarem agentes em seu processo de inclusão e integração social.

Infelizmente no âmbito cultural, o conceito de inclusão social muitas vezes é confundido com o de formação ou desenvolvimento de públicos. Este último busca identificar quais são os obstáculos que impedem que determinados grupos frequentem espaços culturais e traçar estratégias para superá-los. Por sua vez, a inclusão social, para além de uma maior acessibilidade, almeja o desenvolvimento de ações culturais que tenham impacto político, social e econômico ao alcance de todos em longo prazo (AINDA, 2002). Desejando, portanto, fomentar o nascimento de um processo de ação cultural, no qual se dá a “criação ou organização das condições necessárias para que as pessoas inventem seus próprios fins e se tornem sujeitos da cultura” (COELHO, 1989).

No que tange especificamente à juventude e o meio acadêmico, Abramo nos diz que após anos de ausência de estudos relacionados a esta temática, a partir da década de 90 do século passado os jovens começaram a ganhar destaque especialmente por meio de dissertações e teses de mestrado e doutorado. Entretanto, a maior parte destes estudos destinou-se às instituições presentes nas vidas dos jovens (notadamente a escola) ou aos sistemas jurídicos e penais que dão conta dos jovens em situações “problemáticas” (ABRAMO, 2007). O aprofundamento desta questão é possível através da observação do levantamento coordenado por Marília Sposito da produção discente sobre juventude na pós-graduação brasileira nos períodos de 1999 a 2006 (SPOSITO, 2009). Este balanço consistiu em uma segunda etapa, tendo sido a primeira realizada somente a respeito das relações entre juventude e escolarização, de mapeamento do tema e delimitação da atuação real das ciências sociais, serviço social e educação sobre ele. A busca revelou a presença de 1427 teses e dissertações relativas à juventude no banco de dados da CAPES, das quais 134 não puderam ser recuperadas. No documento, Sposito aponta que ainda que em termos absolutos a quantidade de trabalhos sobre os jovens seja significativa, dentro das áreas estudadas ela tem pouca relevância em termos relativos. Outro fato indicativo do estado do campo é a baixa quantidade de doutorados defendidos, sinalizadora de um processo ainda de amadurecimento dos estudos em juventude. Nas três áreas pesquisadas, destacam-se os estudos realizados em educação (971), seguidos pelos estudos em Ciências Sociais (312, com destaque para a antropologia com 117) e Serviço Social (144). A tabela a seguir, extraída da pesquisa mostra, a frequência por tema nas três áreas pesquisada:

TEMA

QTDE

(%)

JUVENTUDE E ESCOLA

188

13,17

ADOLESCENTES EM PROCESSO DE EXCLUSÃO SOCIAL

177

12,4

JOVENS UNIVERSITÁRIOS

149

10,44

JOVENS, SEXUALIDADE E GÊNERO

133

9,32

JUVENTUDE E TRABALHO

91

6,38

JOVENS, MÍDIA E TIC

74

5,19

JOVENS, ESCOLA E TRABALHO

65

4,56

GRUPOS JUVENIS

64

4,48

JOVENS NEGROS

64

4,48

PARTICIPAÇÃO E CULTURA POLÍTICA

62

4,34

JUVENTUDE RURAL

52

3,64

ESTUDOS PSICOLOGICOS/PSICANALÍTICOS SOBRE JUVENTUDE

47

3,29

ESTUDOS HISTÓRICOS SOBRE JUVENTUDE

38

2,66

JOVENS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

33

2,31

JOVENS E VIOLÊNCIA

31

2,17

JUVENTUDE, LAZER, CONSUMO E SOCIABILIDADE

31

2,17

JOVENS E SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

23

1,61

JOVENS E MEIO AMBIENTE

22

1,54

JOVENS E RELIGIÃO

17

1,19

JOVENS E FAMÍLIA

16

1,12

JOVENS NO/DO ESTRANGEIRO

12

0,84

JOVENS, MODOS DE VIDA E SOCIALIZAÇÃO

11

0,77

JOVENS E ESPORTES

9

0,63

JOVENS INDÍGENAS

7

0,49

JOVENS E SAÚDE

5

0,35

JOVENS E CORPO

4

0,28

OUTROS

2

0,14

TOTAL

1.427

100

Como podemos ver, as temáticas mais abordadas são juventude e escola com 13,17%, adolescentes em processo de exclusão social com 12,40%, jovens universitários com 10,44% e jovens, sexualidade e gênero com 9,32%.

Quanto à violência, a autora aponta que seu tratamento no levantamento foi feito transversalmente, ou seja, esta foi pensada em suas varias modalidades e campos com que se relaciona. Assim, ainda que diretamente ocupe porcentagem inexpressiva (2,17%), a violência perpassa 12% dos trabalhos pesquisados (violência sexual e na família, violência e indisciplina escolar, violência e jovens em conflito com a lei etc.). Por fim, os trabalhos relativos ao lazer, tempo livre e consumo, que revelariam de forma mais complexa a dinâmica de vida dos jovens para além dos espaços tradicionais de socialização, são pouco desenvolvidos (2,17%). Fato que evidência que estudos voltados para consideração dos próprios jovens e suas experiências, formas de sociabilidade e atuação tem ganhado alguma atenção, havendo ainda necessidade de mais adensamento.

De modo semelhante, as políticas públicas destinadas aos jovens seguiram o caminho dos estudos acadêmicos: somente recentemente políticas específicas destinadas aos jovens passaram a ser propostas pelo estado. O Brasil, de maneira distinta de outros países, nunca possuiu políticas destinadas especificamente aos jovens, geralmente associando-os àquelas destinadas às crianças (Abramo, 2007). O momento central de mudança da percepção e formulação das políticas para a juventude deu-se, como no mundo acadêmico, na década de 90 do século passado com o surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Pela primeira vez, os jovens eram tomados como grupo que necessitava de atenção especifica, mesmo havendo no documento o esquecimento dos jovens maiores de idade. No âmbito federal, o reconhecimento dos problemas relativos à saúde, violência e desemprego suscitou ações, que, no entanto, continuaram a ignorar as necessidade e demandas reais dos jovens. O assassinato do índio Galdino em 1997 por jovens da classe média, o aumento das mortes de jovens por homicídio e as constantes rebeliões de jovens nas antigas FEBEM, desencadearam medidas na área da redução da violência, enquanto o adensamento do desemprego juvenil foi abordado por meio de programas de inclusão dos jovens na sociedade (SPOSITO, 2003).

Entretanto, é o âmbito municipal o palco central de formulação e aplicação das políticas voltadas para a juventude que, assim como as políticas federais, tem como foco a violência juvenil e a exclusão social. A pesquisa realizada pelo Projeto Juventude, Escolarização e Poder Local apontou que 23% do programas destinados aos jovens estão nas pastas da assistência / inclusão /ação social. Seguidos por aqueles coordenados pelas secretarias de educação, com 16,3%, e pelas secretarias de cultura, com 12,2%. A predominância de projetos e programas voltados para a juventude relacionados à questão social evidencia a correlação entre políticas públicas e as problemáticas da violência e vulnerabilidade. Sendo estas, as desencadeadoras das políticas municipais e reveladoras do discurso latentes relativos à prevenção ou contenção da violência e das condutas de risco dos jovens (SPOSITO 2007).

Assim, notamos que a inclusão social em sua dimensão cultural pouco tem sido pensada em suas relações com o público juvenil. E, mais do que isso, percebemos que as abordagens referentes aos jovens na academia e nas políticas públicas situam-se em geral nas esferas do medo, na medida em que os jovens oferecem “risco à sociedade”, e da tutela, na medida em que são seres que têm de ser cuidados e doutrinados. Dessa forma,

(...) parece estar presente, na maior parte da abordagem relativa aos jovens, tanto no plano de sua tematização quanto das ações a eles dirigidas, uma grande dificuldade de considerar efetivamente os jovens como sujeitos, mesmo quando é essa a intenção, salvo raras exceções; dificuldade de ir além de sua consideração como “problema social” e incorporá-los como capazes de formular questões significativas, de propor ações relevantes, de sustentar uma relação dialógica com outros atores, de contribuir para a solução dos problemas sociais, além de simplesmente sofrê-los ou ignorá-los“ (ABRAMO, 2007).

E é a partir desta concepção de Abramo, a qual entende o jovem como sujeito dialógico, capaz de contribuir para a solução de problemas e requerente de necessidades específicas, e do distanciamento do entendimento de “jovem como problema” que esta pesquisa pretende ser realizada. Em nosso estudo almejamos observar e analisar em que medida as políticas públicas direcionadas à juventude correlacionadas à cultura e ao lazer, executadas pelo estado, pela iniciativa privada ou por organizações não-governamentais, de fato possibilitam aos jovens à experimentação e a ampliação de suas formas de vivência cultural e socialização. Acreditamos ser de suma importância para o campo da juventude a observação detida das ações que rumam, pelo menos em suas propostas, em direção contrária a grande maré que toma os jovens como problema, desejando ofertar a eles o direito de expansão das esferas de seu ser por meio da vivência da cultura (COELHO, 2008). Sendo assim, almejamos buscar junto aos próprios jovens, sujeitos para os quais estas políticas são direcionadas, opiniões e percepções sobre aquilo que lhes é ofertado.

Para isto, nos valeremos da observação do distrito do Lajeado, localizado no extremo leste da cidade de São Paulo. A escolha deste distrito deveu-se a atuação da pesquisadora no local por dois anos e meio como coordenadora de projetos culturais do Centro Educacional Unificado (CEU) Lajeado. Por meio desta experiência profissional, foi possível observar a instalação, a partir de 2008, no distrito de quatro novos equipamentos direcionados à oferta de lazer e cultura, em especial para a juventude local, sendo eles: o próprio CEU (de responsabilidade Secretaria Municipal de Educação), um parque de lazer e desportos (Parque Lajeado de responsabilidade Secretaria Municipal de Esporte), uma praça de socialização com quadra, campo de futebol e palco para atividades culturais (Praça da Paz construída por meio da parceria entre o Instituto Sou da Paz e a seguradora Sulamérica) e uma casa de cultura (Casa de Cultura de Guainases de responsabilidade compartilhada pela Subprefeitura de Guainases e o coletivo local Movimento Cultural dos Guaianás). A partir desta vivência profissional foi possível a observação da baixa apropriação por parte da população juvenil dos equipamentos no momento de sua instalação e o seu baixo impacto no cotidiano juvenil, aspecto revelado por meio de pesquisa realizada junto aos jovens do Lajeado e presente na monografia apresentada ao curso de Gestão de Comunicação: políticas, educação e cultura da ECA/USP (MARTINS, 2009). Passados três anos da construção destes equipamentos, desejamos voltar nosso olhar para os desdobramentos reais de sua instalação no distrito e repercussão para a juventude local. Tendo como hipótese de nossa pesquisa a existência ainda no distrito de um distanciamento por parte dos jovens dos equipamentos instalados e sua relativa ou baixa apropriação. Sendo esta indicativa da realização de políticas públicas culturais voluntaristas que propõem ações sem o real conhecimento das necessidades e desejos dos sujeitos a que se direcionam.

3. Referencial Teórico

Da Juventude às juventudes

Não há uma perspectiva que defina, de maneira definitiva, o conceito de juventude. Variadas são as formas de conceituação e interpretação deste momento em nosso ciclo de vida, não havendo uma única juventude passível de ser pesquisada. Aquele que se debruça sobre este tema deve atentar para a existência de múltiplas juventudes espalhadas pelas cidades afora, construídas a partir das relações entre gênero, raça, classe social, estilos culturais, escolaridade, contexto social etc.

Dayrell1 recupera algumas das imagens mais comuns em nossa sociedade a respeito da juventude e possíveis problemas a eles relacionados. A primeira diz respeito à visão da juventude como período de transitoriedade, no qual o jovem consiste num “vir a ser” em direção ao mundo adulto. Neste contexto, a vida juvenil tem significado na medida em que se direciona para a vida adulta e o presente deixa de ser atendido, PIS o foco é sempre o futuro a ser alcançado. Esta visão compromete o atendimento das demandas desta camada da população em prol de um futuro imaginado a ser vivido por eles. Já outra visão do conceito agrega a este um viés romântico, em especial depois da década de 60, no qual a juventude é o tempo de liberdade e de ensaio e erro. Sendo, portanto, permitidas experimentações e certa irresponsabilidade garantidas por uma noção de moratória que encobre as dores e dificuldade enfrentadas por jovens muito antes da fase adulta. De maneira diversa a visão romântica, há o entendimento de juventude como período de crise, de conflitos com a sociedade e distanciamento da família – apontando para uma possível crise da família. Esta opção de entendimento dificulta a implementação de práticas e políticas baseadas na perspectiva do jovem como sujeito de direitos, perpetuando a visão assistencialista voltada para a correção moral ou comportamental. E, mais recentemente, acrescenta-se a tendência de ver o jovem como sujeito reduzido ao campo cultural – como se fosse somente aos finais de semana ou em atividades culturais em que o jovem configura-se como tal.

De maneira diversa as expostas acima e seguindo Peralva (1997), o autor pensa que a juventude deve ser entendida como uma condição social e um tipo de representação. Pois, por um lado, há certa universalidade nas transformações vividas em determinado ciclo de vida (biológicas, psicológicas e de inserção social). No entanto, por outro, cada sociedade constrói sua juventude a partir de suas condições sociais (classes sociais), culturais (etnias, identidades religiosas, valores), de gênero, nas suas regiões demográficas, dentre outros.

Observa-se hoje, deste modo, a necessidade de pensar em “juventudes” para a elaboração e implementação de políticas mais integradoras e potenciais. É preciso reconhecer a heterogeneidade do mundo jovem, para que se possam englobar nas ações as especificidades apresentadas pelas diferentes formas de ser jovem. A especificidade juvenil se dá, em certa medida, pela peculiaridade que este grupo assume frente às estratégias de legitimação social de uma nova condição juvenil.

No que se refere à caracterização da juventude brasileira2, esta é eminentemente urbana (80%), havendo um decréscimo da matrícula desta camada da população conforme o aumento da idade (variando de 78,8%, na faixa etária de 15 a 17 anos, para 26,5% na faixa etária de 20 a 24 anos). Há uma grande desigualdade racial entre jovens brancos e negros, sendo que 69,2% dos jovens em situação de exclusão social são negros ou pardos e a escolaridade média de jovens brancos 8,4 anos de estudo enquanto média dos jovens negros não ultrapassa 6,1 anos. Quanto à violência, o país ocupa o terceiro lugar referente ao assassinato de jovens entre 15 e 24 anos. No que tange o tempo livre, há grande disparidade e desigualdade nos modos de vivência deste tempo. A pesquisa Perfil da Juventude Brasileira realizada pela Fundação Perseu Abramo, nos mostra que 45% do tempo livro dos jovens é ocupado com atividades de lazer e entretenimento, sendo que 6% deste tempo é usado para sair com amigos, 5% namorar, 5% passear, 3% sair para dançar, 3% ir ao parque e 3% ir à praia. Já 22% dos jovens ficam em casa em seu tempo livre, vendo TV (10%), ouvindo música (4%) ou descansando (3%). A terceira opção para o tempo livre é a prática de atividades esportivas (18%), seguida pelo quarto lugar (6%) de visita a parentes e amigos. Dentre as atividades executadas no tempo livre, assistir televisão é a mais realizada pelos jovens brasileiros com 91%, seguida pela escuta do rádio (89%). Na contramão, apenas 4% dos jovens ocupam seu tempo cultural com atividades culturais, aparecendo leitura e cinema com 1% de ocorrência cada um.

Portanto, a grande maioria da população jovem brasileira tem níveis de escolaridade baixa e trabalho precário ou desemprego são suas realidades cotidianas, observando para seu futuro poucas perspectivas de incremento diante da crescente violência cotidiana. Sua juventude é permeada pelas relações sociais com amigos e parentes e pela massiva presença da televisão, estando uma vivência substantiva da cultura muito distante de suas realidades.

Cultura e juventude: a centralidade do campo na construção das identidades

Brenner, Dayrell e Carrano (2008) nos mostram que é no tempo livre que os jovens constroem suas próprias normas e expressões culturais, rito simbologias e modos de ser que os diferenciam dos adultos e permitem a consolidação e criação de suas identidades. È na dimensão da produção e consumo cultural que novos espaços de criação de sentidos existenciais da juventude têm proporcionado a formação de novas identidades juvenis e coletivas3. No contexto de transformações socioculturais pelo qual nosso país vem passando, parecem surgir novos lugares, espaços, tempos e experiências no universo juvenil em torno da cultura que têm permitido a consolidação dos jovens como sujeitos. Entendendo aqui o termo sujeito como designador do um ser social e singular: por um lado, de determinada origem familiar, que ocupa certo lugar social e está inserido em uma trama de relações sociais e, por outro, com história própria, que interpreta e significa o mundo, seu próprio lugar e suas relações sociais de modo específico (DAYRELL, p 43, 2003).

Não é de surpreender que seja no contexto cultural em que os jovens consigam construir e elaborar suas culturas juvenis de forma mais profícuo. É este o ambiente de menos controle do mundo adulto, sendo comum rótulos marginalizantes por parte dos mais velhos de culturas juvenis que se contrapõem às expectativas históricas e aos valores sociais de referência. De maneira oposta ao rótulos, é preciso considerar o universo da cultura como “campo potencial de construção de identidades, descoberta de potencialidades humanas e exercício de inserção efetiva nas relações sociais” (BRENNER, DAYRELL e CARRANO, 2008). Sendo que a ocupação do tempo livre pelos jovens pressupõe a satisfação de necessidades materiais e existências que se vejam desobrigadas do cotidiano e da ordenação social desse tempo. Em especial é importante destacar que a totalidade desse processo de construção de identidades e consolidação como sujeito é marcada pela centralidade dos grupos para a vivência juvenil. A convivência com os grupos permite a criação de inúmeras formas de relações (de confiança, aprendizagem etc.) que servem de matriz para as construções individuais. Pesquisa mostra que

(...) Nos espaços de lazer, os jovens podem encontrar as possibilidade de experimentação de sua individualidade e das múltiplas indenidades necessárias para o convívio cidadão nas suas várias esferas de inserção social. As diferentes práticas de experiência coletiva em espaços públicos de cultura e lazer podem ser considerados como verdadeiros laboratórios onde se processam experiências e se produzem subjetividades” (BRENNER, DAYRELL e CARRANO, p177, 2008)

Dessa forma, refletir sobre os espaços públicos de cultura e lazer implica a própria problematização do jovem como detentor de direitos, colocando a baila m que medida são proporcionadas as condições reais de vivência e experimentação cultural que levam a criação de novos sujeitos e novas identidades. A oferta do direito cultural sugere mais que o simples fornecimento de atrações, implicando na verdade no oferecimento de condições de produção cultural, acesso aos produtos culturais, informações, meio de produção, difusão e valorização da memória cultural coletiva. (BRENNER, DAYRELL e CARRANO, p177, 2008)


Lajeado em cena: sua realidade e sua juventude

O distrito do Lajeado esta localizado no extremo leste da cidade de São Paulo na divisa com o município de Ferraz de Vasconcelos. Este se caracteriza pela alta densidade demográfica, entre as 10 maiores da cidade, e pela presença de ocupações e invasões em todo seu território. Do total de 175.632 habitantes, mais de 50% estão na faixa etária entre 0 e 24 anos, especialmente concentrada entre 0 e 14 anos. No que se refere aos índices sociais, este distrito encontra-se no grupo 5 de vulnerabilidade juvenil e tem 30% de suas região caracterizada como sendo de alta e altíssima vulnerabilidade social ( SMEPP, 2007).

A escassez de áreas livres e de áreas públicas de circulação e convívio é outra característica do Lajeado. Os equipamentos públicos mais presentes na região são as escolas públicas, havendo carência de outros equipamentos que também ofereçam serviços “de referência”, geralmente relacionados às áreas de saúde e atendimento de minorias (SMEPP, 2007). Já no que se refere aos aspectos culturais, o documento “Município em Mapas – Cultura e Território” da PMSP (2007) nos mostra a baixa oferta de equipamentos culturais no distrito de Lajeado até 2008: havia então apenas dois tipos de equipamentos, ambos pertencentes a entidades mantenedoras públicas ( o CEU Jambeiro e a Biblioteca Jamil Almansur Haddad). Quadro alterado a partir de 2008 com a instalação dos equipamentos estudados nesta pesquisa.

Até 2008 os atores locais e do poder público apontavam a insuficiência de equipamentos de esportes, lazer e cultura. O CEU Jambeiro era o principal equipamento público da região, mas ficava distante da maioria dos bairros do distrito. A Rua 42, rua de lazer do bairro, atendia apenas uma pequena parcela da população com kit de material (rede, jogo de bolas, dominó gigante, tinta, tabela de basquete, colete, taco, etc.) que recebeu e o acesso a internet dava-se por meio dos quatro telecentros instalados na região (SMEPP, 2007).

A pesquisa realizada pelo Instituto Sou da Paz em 2006, (SMEPP, 2007) para o desenvolvimento de um projeto preventivo da violência, obteve a seguinte percepção dos jovens do distrito relativa a cultura e lazer: para eles também há o entendimento de que os espaços de lazer, convivência e para atividades de desenvolvimento complementares à escola são extremamente escassos ou inexistentes. Os meninos usam principalmente os campinhos de futebol, porém para as meninas, que não costumam praticar esse esporte, as opções são ainda mais limitadas. Para os jovens, a construção de uma área de lazer mais próxima que o CEU Lajeado e a instalação de praças seriam alternativas para a situação. Para além disso, sugeriram a realização de excursões, criação de campos e quadras de esportes, utilização do “terreno da Panco”, na Estrada do Lajeado Velho como espaço de Esporte, Cultura e Lazer. Os terrenos baldios deveriam ser transformados em espaços de convivência, com praças, quadras, etc. Meninas gostariam de praticar dança e fazer teatro.

Ainda, a pesquisa apontou os espaços mais freqüentados, segundo os jovens no distrito: Associação Joílson de Jesus (Casa dos Meninos I), Núcleo da Atenção à Família da AVIB, “Baladas”/bares( Sem Luxo, Uga Buga, Revolution, Las Vegas), CEU Jambeiro, Telecentro e Quermesses.

4. Objetivos

Como dito anteriormente, temos como objetivo geral de nossa pesquisa observar e analisar em que medida as políticas públicas direcionadas à juventude correlacionadas à cultura e ao lazer, executadas pelo estado, pela iniciativa privada ou por organizações não-governamentais, de fato possibilitam aos jovens à experimentação e a ampliação de suas formas socialização e vivência cultural. Para isso, optamos pelo recorte da situação presente no distrito de Lajeado, na qual a recente instalação de quatro equipamentos culturais e/ou de lazer nos permite observar em que medida suas presenças no local permitiram aos jovens moradores do entorno a experimentação de novas vivências culturais e a ampliação de repertório anterior.

Quanto aos objetivos específicos, pretendemos também com a pesquisa:

- Mapear hábitos e preferências culturais e de lazer dos jovens habitantes do distrito;

- Captar suas opiniões e impressões sobre os equipamentos instalados no distrito;

- Apreender sucessos e/ou fracassos referentes ás programações oferecidas pelos equipamentos e suas gestões;

- Analisar o grau de apropriação de cada um dos equipamentos estudados em relação à juventude local;

- Levantar as reais necessidades, na opinião dos jovens locais, quanto cultura e lazer a serem oferecidos a população juvenil do Lajeado;

5. Plano de trabalho e cronograma

Nosso plano de trabalho dividir-se-á em três etapas distintas. A primeira delas consistirá na realização de atividades relativas ao cumprimento dos créditos do programa de pós-graduação da universidade, na reestruturação do projeto apresentado para a seleção, dadas alterações já ocorridas no percurso da pesquisa, na realização da pesquisa bibliográfica acerca do tema, na consolidação dos referenciais teóricos adotados e no início da redação da dissertação. A segunda etapa consistirá na continuação da redação da dissertação, no planejamento da pesquisa de campo por meio da construção de técnicas e amostras, na realização de um pré-teste com o questionário confeccionado e na realização da coleta de dados. Por fim, a terceira etapa será composta pela descrição dos dados, por meio de análises descritiva e interpretativa, e pela redação da conclusão e final da dissertação.


Cronograma das Atividades de Pesquisa

Trimestre

1/2011

2/2011

3/2011

4/2011

5/2012

6/2012

7/2012

8/2012

9/2013

10/2013

11/2013

12/2013

ATIVIDADES


Cumprimento dos créditos

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Reelaboração do Projeto

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Pesquisa Bibliográfica

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Construção do Referencial Teórico



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Planejamento da Pesquisa





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Construção de Técnicas





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Construção das Amostras





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Pré-teste







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Coleta de Dados







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Descrição








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Tabulação/Tratamento








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Análise Descritiva








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Análise Interpretativa dos Dados










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Conclusão











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Relatório Final












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6. Material e métodos

Pretendemos realizar a pesquisa em âmbito teórico e prático. Primeiramente, faremos um estudo bibliográfico para aprofundamento dos conceitos e temas pertinentes à pesquisa, sendo estes, em caráter ainda provisório, os que seguem: juventude, juventude e contemporaneidade, políticas públicas para a juventude e juventude, lazer e cultura.

Quanto à pesquisa de campo, desejamos realizá-la a partir de instrumentos quantitativos de pesquisa tendo como sujeitos da pesquisa jovens entre 14 e 18 anos do distrito de Lajeado. A opção por uma metodologia quantitativa parte do pressuposto contemporaneamente aceito de que a juventude é uma camada da população detentora de direitos. E, sendo assim, faz-se necessário considerá-la e ouvi-la em suas posições e opiniões quanto às políticas e ações nas quais está implicada na maior quantidade possível. Portanto, acreditamos que esta opção metodológica nos permitirá obter um tamanho de amostra superior aquele possível, dado tempo e recursos disponíveis para realização, em uma pesquisa qualitativa. Para além disso, almejamos por meio da pesquisa quantitativa estreitar o foco de observação através de um direcionamento maior do instrumento adotado, havendo assim a captação e observação de variáveis mais pertinentes ao estudo e ao mapeamento das preferências dos jovens do distrito.

Como instrumento de pesquisa, pretendemos utilizar um questionário com perguntas fechadas e abertas com número de questões ainda a ser definido. Neste primeiro momento, pretendemos dividir este questionário em quatro blocos de questões. O primeiro deles objetivará traçar o perfil dos jovens entrevistados na pesquisa, requerendo informações relativas à idade, sexo, ano de escolaridade etc. O segundo bloco versará sobre os hábitos de lazer e cultura dos entrevistados no distrito de Lajeado e na cidade de São Paulo. O terceiro bloco tratará especificamente de questões relativas aos equipamentos analisados nesta pesquisa, apontados anteriormente, no que tange opiniões e impressões causadas nos jovens. E, por fim, o último bloco averiguará desejos e ansiedades dos entrevistados quanto à oferta e usufruto, em todas as suas acepções, de cultura e lazer no Lajeado.

No que se refere aos entrevistados, nos propomos a realizar a pesquisa com jovens entre 14 e 18 anos inseridos no sistema regular de ensino em escolas públicas estaduais e municipais do Lajeado. Este desejo correlaciona-se à experiência da pesquisadora acima descrita como coordenadora de projetos culturais do CEU Lajeado. Por meio desta, foi possível notar que as escolas públicas do distrito são os lugares de mais significativa circulação sistematizada de informações a respeito de atividades relacionadas ao lazer e à cultura. Isto se deve não somente pela presença das redes informacionais dos próprios jovens, mas também pela contínua atuação de grupos diversos, de origem pública e privada, nestas instituições quanto ao fornecimento de informações acerca deste tema. Dessa maneira, partimos do pressuposto de que estes jovens estariam em situação informacional mais privilegiada que aqueles fora da escola. Ainda referente ao grupo estudado, a ampliação da faixa etária da pesquisa para jovens a partir de 14 anos tem estreita relação com um dos equipamentos estudados. O CEU Lajeado como equipamento multidisciplinar dispõe em sua estrutura de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental, a qual atende a faixa etária de 6 a 14 anos. Dessa forma, julgamos pertinente a inserção dos jovens cursando o último ano do ensino fundamental II (14 anos) na pesquisa, de maneira a verificar se a freqüência obrigatória a um dos equipamentos estudados tem alguma implicação em seus hábitos de cultura e lazer.

Finalmente, o critério de seleção das unidades educacionais foi a fácil possibilidade de trânsito dos adolescentes a pé desde sua escola a qualquer um dos equipamentos selecionados. Dessa maneira, selecionamos escolas que estivessem eqüidistantes de forma proporcional aos equipamentos. Isto é, umas mais perto de uns, outras de outros. Também, a seleção das escolas foi feita a partir da rede de relações estabelecida pela própria pesquisadora no distrito durante sua atuação como coordenadora de projetos culturais. Sendo assim, as escolas escolhidas são aquelas em que já existe alguma relações entre a direção e a pesquisadora. As escolas selecionadas para o estudo foram: CEU Escola Municipal de Ensino Fundamental Lajeado, Escola Municipal de Ensino Fundamental João de Lima Paiva, Escola Estadual Joaquim de Eugênio Lima Neto, Escola Estadual Profª Luciene do Espírito Santo e Escola Estadual Araci Zebral.

Em cada uma dessas escolas, almejamos aplicar os questionários nos anos finais do ensino fundamental nas escolas municipais e do ensino médio nas escolas estaduais, objetivando ter em cada escola um total de 40 questionários aptos para análise, totalizando 240 questionários.

7. Forma de análise dos resultados

A opção por uma metodologia quantitativa requer uma análise estatística e interpretativa dos dados. Portanto nosso percurso de análise passa pela tabulação dos dados e seu possível cruzamento. Ainda em caráter provisório, acreditamos que os conceitos da estatística de dispersão de amplitude e desvio padrão sinalizam como possíveis elementos para o incremento da análise dos dados. Eles podem beneficiar a análise quanto ao contraste a ser estabelecido entre os jovens no final do ensino fundamental e no final do ensino médio, de forma a mostrar possíveis homogeneidades ou heterogeneidades quanto às preferências e apropriações culturais existentes no distrito de Lajeado.

8. Referências bibliográficas e Bibliografia

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