segunda-feira, 15 de junho de 2009

CARTA ABERTA DE REPÚDIO À AÇÃO DA POLÍCIA MILITAR NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, EM 09 DE JUNHO DE 2009

CARTA ABERTA DE REPÚDIO À AÇÃO DA POLÍCIA MILITAR NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, EM 09 DE JUNHO DE 2009

Nós, professores da Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, manifestamos veemente repúdio aos atos violentos da Polícia Militar no interior do campus da USP, ocorridos em nove de junho de 2009.


Tais atos, além de atingirem alunos, docentes e funcionários desta e de outras universidades, colocaram em risco a segurança e a integridade física e psicológica de nossos alunos – crianças e adolescentes com idade entre cinco e dezessete anos.

Ao solicitar a ação da Polícia Militar, a Reitoria evidenciou desconsiderar a existência de uma escola de educação básica que pertence à própria universidade e, como tal, está sob a sua responsabilidade.
A escola encontrava-se em funcionamento na ocasião dos confrontos, que aconteceram no momento da saída dos alunos, em frente à Faculdade de Educação, o que provocou INSEGURANÇA entre aqueles que ainda estavam na escola, e PÂNICO por parte dos pais e familiares que desconheciam como estavam seus filhos
Além disso, várias crianças e adolescentes, que haviam participado de atividades no período da tarde, foram expostos ao confronto direto e aos efeitos das bombas, gases, balas de borracha e à truculência da Polícia Militar.
A suposta defesa do patrimônio físico não justifica essas ações que, na verdade, demonstram a recusa ao diálogo como meio de resolução de conflitos e apontam para a destruição dos princípios de uma sociedade democrática, pelos quais lutam aqueles que atuam nesta universidade.
É triste que as comemorações dos 75 anos desta universidade, em curso neste ano, sejam marcadas por fatos que remontam a períodos autoritários e repressores da história do nosso país.

Professores da Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo

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