quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Resumo Fernando

ONGs entre o paradigma funcional e crítico na formação do cidadão: Um estudo de caso do processo de socialização de jovens em uma fundação parnaibana

Dissertação de mestrado


Fernando Manzieri Heder
Orientadora: Profa. Dra. Maria da Graça Jacintho Setton


Data de entrega (depósito) da dissertação: 02/02/2009
Data prevista de término do mestrado: entre março e abril de 2009


Resumo

Este trabalho consiste na análise das possibilidades da proposta e da prática sócio-educativa de ONGs na contemporaneidade buscando verificar suas potencialidades e limites em relação à formação das disposições para ser, pensar e agir de jovens pobres enquanto cidadãos, com base em um estudo de caso: a Fundação EPROCAD, localizada no município de Santana de Parnaíba.

Na sociedade contemporânea, além da família, da escola, da religião e da mídia, este tipo de organização (as ONGs) vem ganhando importância como mais uma alternativa de socialização dos indivíduos pertencentes à classe social mais pobre da sociedade, devido ao seu crescimento numérico e às suas propostas educativas diferenciadas. Neste sentido buscar-se-á verificar se a organização estudada colabora para constituir nos jovens atendidos certas disposições de habitus que em sua dimensão política podem oscilar entre a contribuição com a violência simbólica sobre os jovens, subordinando-os à estrutura político-ideológica existente, e a formação de um caráter mais crítico-reflexivo sobre sua situação social. Isto permitiria tanto a formação do jovem como um cidadão “passivo”, sujeito à intervenção e sanção de uma ordem político-jurídica que lhe atribui deveres e direitos, mas que não são exercidos, nem questionados, como também para formá-lo como um cidadão “ativo”, que assume responsabilidades em relação à participação nas esferas públicas de poder, reivindicando direitos políticos, sociais, econômicos e culturais, constituindo-se, assim, como sujeito histórico; que se insere nas relações sociais transformando-as.

Para responder ao meu problema bem como verificar minhas hipóteses, procedi a uma pesquisa de campo na organização estudada onde 1) busquei constatar que tipo de disposições de habitus políticos a maioria dos jovens pesquisados possuía, classificando-os a partir das categorias “cidadão passivo” e/ou “cidadão ativo”, 2) analisei a ONG escolhida para este estudo de caso a partir de sua história, sua origem, sua missão, os valores que permeiam suas ações, seus objetivos, suas relações institucionais etc, procurando desvendar qual sua proposta em termos de socialização política dos jovens; que tipo de cidadão ela quer formar, 3) procurei examinar a prática educativa/ socializadora desta instituição a partir de suas características, do conteúdo/ temas abordados, das estratégias/ metodologias utilizadas, dos sujeitos envolvidos no processo e do tipo de relação estabelecida entre eles, procurando comparar esta prática com o discurso/ a proposta da organização, e, por fim, 4) comparei o tipo de disposições de habitus políticos dos jovens pesquisados com o tipo de cidadão que a instituição se propõe a formar, procurando entender a) as potencialidades e limites do poder de socialização política da ONG sobre os jovens e, finalmente, b) que tipo de cidadão ela contribui para formar efetivamente. Para tanto, utilizei, principalmente, quatro instrumentos de análise: documentos institucionais da Fundação EPROCAD, observação de campo, entrevistas semi-estruturadas com três tipos de agentes fundamentais para o que se quer verificar: os gestores/ coordenadores (responsáveis institucionais), os educadores e os jovens atendidos e, por fim, o desenvolvimento de uma atividade de dramatização com alguns jovens alunos da ONG.


Palavras-chave: socialização política, cidadania, organizações não-governamentais (ONGs), educação não-formal, jovens.

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