Conferência de Abertura Seminário/ Professora Maria da Graça Jacintho Setton
Faculdade Sumaré – Dia 29 de outubro de 2011.
Título Conferência - A noção de violência simbólica em Pierre Bourdieu: implicações sócio-antropológicas
Antes de tudo, gostaria de agradecer ao convite de estar aqui fazendo a conferência de abertura deste seminário da Faculdade Sumaré.
É com sincero contentamento que organizei e planejei estas breves considerações acerca do sociólogo Pierre Bourdieu e, uma de suas noções que muito pode contribuir para o tema deste seminário.
Práticas Culturais e Direitos Sociais: tensões e desdobramentos
Já há algum tempo vinha me cobrando refletir mais detidamente acerca da noção de violência simbólica e esta oportunidade me pareceu a ocasião para uma sistematização.
Minha apresentação estará montada em três momentos; no primeiro deles, vou falar um pouco sobre a trajetória intelectual do autor; em seguida, vou me deter em sua concepção sistêmica do social e, por ultimo, vou me debruçar sobre a noção de violência simbólica, tal como me foi proposto pelos organizadores do evento.
Pierre Bourdieu nasce em 1930, na cidade de Deguin, no sudoeste da França e, morre aos 71 anos de idade, em Paris, vítima de um câncer.
Embora vindo de uma família simples, Bourdieu tem uma trajetória acadêmica invejável. Frequentou os melhores estabelecimentos de ensino de seu país, e, nos anos cinqüenta, licenciou-se em Filosofia.
Em uma carreira meteórica, aos 37 anos idade, Bourdieu funda seu próprio laboratório de pesquisa, intitulado Centro de Sociologia da Educação e da Cultura, em Paris.
É preciso enfatizar que, sempre trabalhando em equipe Bourdieu estabelece sua própria escola de sociologia.
Em uma perspectiva cronológica, nos anos de 1970, a produção de Bourdieu versa sobre aspectos que adensam uma contribuição no campo da sociologia da educação e da cultura, com publicações acerca do sistema escolar, da prática de freqüência a museus, bem como o uso da fotografia, entre outros temas, num exercício comparativo entre diferentes grupos sociais.
Em 1979, publica o livro A distinção, certamente sua obra maior, que agrega experiências em investigações no campo das práticas de cultura, recebendo em 1981, com 51 anos de idade, a consagração da cadeira de sociologia no Collège de France.
Em 1993, em mais um reconhecimento de seu trabalho acadêmico, recebe do Centro Nacional de Pesquisas Científicas - CNRS, na França, a condecoração da Medalha de Ouro.
Desde o início Bourdieu dedica-se a objetos de pesquisa até então pouco comuns. Debruça-se sobre estudos relativos ao gosto, aos estudantes, às práticas culturais pouco legítimas como a alta costura, a honra das tribos berberes e, até mesmo, ao casamento e as estratégias matrimonias de sua região natal.
Seu método de trabalho também revoluciona.
Procurando desconstruir o mito da verdade científica, propõe uma investigação sobre o comprometimento sócio-político do cientista social. Propõe uma sociologia dos sociólogos baseada em uma constante vigilância de princípios da pesquisa nas ciências humanas.
Recusando filiação a qualquer corrente do pensamento social, como o marxismo ou o estruturalismo, denomina-se um estrutural genético.
Associando disposição e sensibilidade, uma talentosa equipe de pesquisa, apoio institucional e acadêmico, Bourdieu produziu uma teoria útil para as reflexões sobre as complexas relações simbólicas e materiais das formas de manutenção e ou transformação da dominação política, econômica e cultural, nas sociedades modernas ou tradicionais, em que a noção de violência simbólica assume uma especial importância.
Rompendo com uma vasta tradição de estudos do campo da Filosofia, sua área de formação, Bourdieu é tributário dos clássicos da sociologia, entre eles, Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim, constituindo-se em um pesquisador que transcendeu diferentes concepções e perspectivas sociológicas.
Se até os anos 1980, sua ascensão no universo intelectual se realiza de maneira significativa, os anos 90 marcam uma mudança de estratégia na atuação acadêmica de Bourdieu.
É expressiva sua cruzada contra a imprensa. Transfere o status de sociólogo para o de intelectual engajado em lutas sindicais, fustigando experts midiáticos, desqualificando uma vulgata intelectual, que segundo ele, desenvolviam a difusão de uma política neoliberal, em função de uma intensa visibilidade.
Relembrando o histórico da primeira publicação de Bourdieu, no Brasil, há mais de trinta anos, podemos observar que sua presença entre nós foi intermitente. A edição do livro A Reprodução (1970), escrito em parceria com Jean Claude Passeron, foi introduzida, nos cursos de Pedagogia, a partir de um registro que não faz jus à sua obra. Nesse período, passou a ser referência nas discussões relativas à natureza conservadora do sistema de ensino e a noção violência simbólica passou a ser uma marca em suas reflexões.
Mesmo sendo reconhecido pela originalidade de seu trabalho, a obra de Bourdieu aos pouco foi sendo preterida no Brasil, entre os pedagogos, em função de outros autores. Não obstante, a partir dos anos 1980, com a publicação do livro Questões de Sociologia (1983) e de duas outras coletâneas de artigos, esforço empreendido, sobretudo, por sociólogos Bourdieu passou a ser referencia para análises socioculturais mais amplas.
Aos poucos, com o aumento das traduções para a língua portuguesa, nomeadamente nos anos 1990, passa a ser um autor lido e reverenciado pelas ciências sociais em geral. Oferecendo um quadro conceitual e teórico pertinente às interpretações acerca da produção cultural institucional bem como reflexões referentes às mediações simbólicas, Bourdieu é desde então tão apreciado quanto questionado em suas formulações.
Uma concepção sistêmica do social
Para compreendermos com propriedade a noção de violência simbólica, antes de tudo, seria interessante considerar que Pierre Bourdieu tem uma concepção sistêmica do social.
Ou seja, a estrutura social é vista por ele como um sistema hierarquizado de poder e privilégio, poder e privilégio determinado tanto pelas relações materiais de existência quanto pelas relações simbólicas entre os grupos.
Segundo o autor a diferente localização dos grupos na estrutura social deriva da desigual distribuição de recursos e poderes de cada um deles. Por recursos Bourdieu compreende: capital econômico, capital cultural, capital social e capital simbólico.
Mais especificamente, a posição que um determinado agente ocupa no espaço social é definida de acordo com o volume e a composição de recursos, ou seja, é definida de acordo com a quantidade e a variedade de capitais adquiridos e/ou incorporados ao longo das trajetórias. Neste sentido, a desigual distribuição de capital econômico, capital cultural, capital social e capital simbólico permitem a constituição de práticas e disposições culturais variadas e, específicos interesses de grupo.
Para compreender as diferenças e as semelhanças de disposições culturais dos grupos sociais, Bourdieu utiliza-se do conceito de habitus; princípio orientador de todas as práticas. Considera que as atividades e representações do agente social são explicadas por meio de um conjunto de disposições, éticas e estéticas, que expressam, na forma de sistemas de preferências culturais, as fraturas da estrutura social.
A noção de violência simbólica
Passando para a última parte dessa conferência diria que, herdeiro do pensamento sociológico clássico, Pierre Bourdieu se apropria da noção de violência simbólica para analisar o caráter oculto de processos de interiorização de valores morais arbitrários, realizados em uma ação pedagógica ou comunicativa extremamente poderosa e insidiosa.
Para uma melhor apreensão dessa noção, valeria lembrar como o autor concebe os sistemas simbólicos.
Para ele, grosso modo, baseando-se nas contribuições de Durkheim, os sistemas simbólicos podem ser concebidos de duas maneiras. Primeiramente, os sistemas simbólicos devem ser vistos como estruturas cognitivas de orientação da ação ou instrumentos de conhecimento do mundo e dos objetos. Isto é, refere-se às nossas categorias do pensamento, nossas categorias do julgamento, como, por exemplo, as categorias feminino e masculino, feio e belo, certo e errado.
Bourdieu afirma ainda que este universo de símbolos de classificação do mundo se constitui em sistemas estruturados e partilhados por todos igualmente.
A segunda maneira de conceber os sistemas simbólicos refere-se à compreensão de estruturas estruturadas do pensamento como um código de comunicação; ou seja, Bourdieu salienta a natureza das equivalências entre sons e sentidos que permitem a todos fazer uso de um mesmo entendimento ou referencial. Todavia, é importante frisar que esses valores – feminino e masculino - por exemplo, não se reduziriam a uma submissão abusiva.
O lento processo de socialização e aquisição dessas referências inculcadas pelas instâncias produtoras de cultura são resultados de longas experiências inconscientes a que todos somos submetidos.
A família, a religião, a escola e mais recentemente as mídias, enquanto espaços produtores de cultura, cada uma à sua maneira, imporiam, sem consciência, um sistema integrado de padrões de comportamento e representações valorativas. Embora produtos de determinações sociais, os bens culturais produzidos nessas diferentes matrizes socializadoras, submeteriam o agir e o pensar dos agentes de maneira lenta e velada, numa perfeita orquestração de sentidos.
Para Bourdieu, os sistemas simbólicos, assim concebidos, tornariam possível um consenso geral acerca do mundo. Símbolos ou valores sociais assim como a linguagem do cotidiano seriam instrumentos de integração do mundo, serviriam como um cimento cultural, que ligaria e ou integraria a todos em torno de um sentido comum.
Em síntese, para Bourdieu, enquanto instrumentos de conhecimento e de comunicação, os sistemas simbólicos são fundamentalmente responsáveis por parte do consenso acerca do sentido do mundo social.
No entanto, indo além dessas duas formas de conceber os sistemas simbólicos, Bourdieu, a partir das contribuições weberianas, compreende também os sistemas culturais como instrumentos de dominação. A linguagem do cotidiano, entre outras, como parte integrante da cultura, seria mais do que um simples instrumento neutro de conhecimento e de comunicação; para ele, os sistemas simbólicos, em geral, podem ser instrumentos de poder.
Segundo Bourdieu, todos os atos comunicativos, não estão destinados apenas a serem compreendidos. São também signos de autoridade a serem acatados.
Nesse sentido, alerta para a necessidade de se observar quem faz uso da fala, de onde fala, quando fala e o que fala.
Mais especificamente, para trazer essa discussão para a realidade cotidiana, poderíamos fazer uso do caso específico da publicidade, recentemente em debate, que envolvia a modelo Gisele Bundshen e a marca de lingerie Hope. Ainda que a proposta de seus idealizadores não tenha sido essa, o marketing ali construído incidia com uma grande carga de violência simbólica.
Trabalhando com sentidos acerca de um entendimento do papel da mulher, remetendo-se a uma concepção de relação entre os sexos, fazendo uso de um estereótipo feminino, acabou por reforçar uma compreensão naturalizada dos papeis entre os sexos, isto é, o papel de provedor e o outro de dependente, dependência essa justificada pelo desfrute do corpo ou beleza feminina, entre outros aspectos. Um imaginário construído sobre a mulher com a obrigatoriedade de ser bela, dependente, objeto de prazer, etc etc ....
Chamo atenção aqui para o fato de que a publicidade no ato de emitir uma mensagem acerca do poder de sedução do corpo feminino, acompanhada pela transmissão pública de imagens, recobriu-se de uma aura de evidência, mágica e espontânea, por que teve a capacidade de confirmar como natural e evidente aquilo que anunciou.
O campo da publicidade neste caso assumiu a faculdade de legitimar fatos, entendimentos e representações acerca da mulher e do homem, impondo-os a todos. Seu poder simbólico consistiu, pois, na imposição dissimulada de um sistema de classificação hierarquizado de relação entre homens e mulheres, sob a aparência legítima de categorias culturais consensuais.
Poderíamos afirmar que a docilidade do público frente a esse arbitrário cultural construído pela publicidade instaurou uma relação de violência simbólica entre o sujeito do discurso e seus receptores. Instaurou a crença no poder das palavras e naqueles que as pronunciaram. O pedido de retirada de circulação da campanha publicitária foi arquivado e considerado exagerado. Foi consensual que a publicidade era inofensiva.
Desta forma, o uso da linguagem, entre elas a publicitária – nas suas mais variadas versões - tanto em seu estilo e forma, como em seu conteúdo dependerá sempre da posição social de legitimidade e visibilidade ocupada pelo locutor. Toda linguagem seria, de certa forma, valorativa, expressaria um interesse, uma visão de mundo e por isso deveria ser vista dentro de um contexto social de produção e veiculação.
Os discursos teriam sempre um valor diferenciado, dependeriam sempre das relações de força entre os locutores concorrentes no mercado lingüístico.
Para a compreensão fiel da noção de violência simbólica e suas implicações sociais deveríamos, enfatizar que as relações de comunicação podem, então, se constituir em relações de força simbólica que dependem, na forma e no conteúdo, do poder material e simbólico acumulado pelos agentes envolvidos nessas relações.
Para Bourdieu, a imposição do discurso daquele que tem o monopólio da fala traduz-se em um poder simbólico; ou seja, um poder de inculcar formas e categorias de conhecimento e de classificação do mundo.
Segundo Bourdieu, o poder simbólico e em decorrência a violência simbólica, poderiam ser definidos como poderes invisíveis, pois só podem ser exercidos e obedecidos com a cumplicidade daqueles que não sabem que estão sujeitos a ele ou mesmo que o exercem, pois estão emersos nessa realidade simbólica.
Diferente do conceito de ideologia de origem marxista, mas devedora desta, a noção de violência simbólica não se reduz à dominação de ordem econômica realizada pela desigual distribuição de um único tipo de capital, ou seja, o capital econômico. Mas procura traduzir um conjunto de esquemas de pensamento que justificam e reificam desigualdades em muitas outras dimensões da vida societária, encontradas também nos espaços culturais, nas relações entre os sexos, nas lutas políticas, éticas e ou religiosas.
A violência simbólica não deveria ser confundida com uma falsa consciência pois, não pertence a uma única classe; ela expressa um conjunto de esquemas de pensamentos coletivos, interiorizados e inconscientes, no qual apenas um longo processo de reflexão e esclarecimento seria capaz de romper. São estruturas cognitivas incrustadas em nossos sistemas de conhecimento, em uma bagagem conceitual e lingüística, que justificam o mundo que nos cerca, incapaz de ser vista sob suspeita.
Ademais, o conceito de violência simbólica, enfatiza a análise do caráter arbitrário de todas as instâncias de produção e consagração cultural em uma sociedade injusta e desigual.
É necessário, pois, destacar aqui a originalidade do conceito ao explicitar as articulações entre dominação cultural e dominação política. Ao criar, ao prestigiar ou valorar positivamente um conteúdo, as instituições produtoras de bens simbólicos impõem suas categorias de percepção e visão do mundo.
Para Bourdieu, a base por excelência do poder social não deriva apenas da riqueza material e cultural dos grupos, mas da capacidade que estes grupos têm em transformar em legítima um único ponto de vista.
Bourdieu, a partir da noção de violência simbólica, põe em evidência um poder sutil, uma forma oculta de poder, responsável pela manutenção da ordem sócio-estrutural.
Nesse sentido, poderíamos afirmar que a noção de violência simbólica faz parte constitutiva da teoria política e simbólica do autor, mais especificamente da teoria do poder simbólico, base pela qual Pierre Bourdieu constrói uma sociologia dos mecanismos de estruturação da ordem social.
Seja de natureza material ou figurada, objetiva ou subjetiva, estes mecanismos e ou estratégias de dominação são explicitados, em muitos momentos, por Bourdieu, a partir do uso desta expressão.
Ademais, o uso da noção de violência simbólica deriva da necessidade de revelar uma peculiaridade dos universos alegóricos e morais que, produzidos, reproduzidos pelos grupos, e interiorizados por eles e pelos indivíduos, na forma de disposições de cultura, podem ser potenciais elementos de uma dominação simbólica, e em última instância, uma violência simbólica.
Em outras palavras, uma violência branda, sutil, desconhecida e oculta de poder, porque se encontra na ordem dos símbolos, em nossas categorias do pensamento, capaz de legitimar uma estrutura social arbitrária.
Raciocínio original do autor, ressalto, que denuncia as articulações entre produção cultural e dominação política nas sociedades hierarquizadas.
Como postulado, princípio de ação ou pressuposto lógico os sistemas simbólicos - como a religião e a ciência, a linguagem do cotidiano, por exemplo - suas categorias do pensamento, hierarquias de percepção e classes de julgamento, constroem simultaneamente consensos pré-reflexivos, ilusões justificadas, modalidades dóxicas, que interiorizadas de maneira homeopática são compreendidas e difundidas como, evidentes, sensatas e socialmente sancionadas.
É possível afirmar também que o uso da noção de violência simbólica passa por um desejo do autor de provocar e sensibilizar o olhar do observador social sobre a natureza contingente, contudo, inquestionável do universo simbólico moral das sociedades ocidentais.
De carater naturalizado, as classificações sociais são sempre coletivas, são sempre produtos de construções que remetem a um jogo de forças entre agentes ou grupos sociais diferentemente posicionados na estrutura social.
Se a violência simbólica tem origem no reconhecimento de uma “verdade” construída pelos poderosos, ela depende de um reconhecimento social e individual de uma maioria, tornando-se valida, evidente e consagrada.
A violência simbólica deriva então de um conjunto de crenças, uma visão de mundo que orientam as condutas, orientam os pensamentos, se traduzem em um conjunto de disposições, repito, éticas e estéticas, que alimentam o sentido prático das ações individuais e coletivas.
Nesse sentido, poderíamos afirmar que a noção de violência simbólica não é uma simples palavra na estrutura do pensamento de Pierre Bourdieu. Trata-se de uma noção que revela uma significativa contribuição para o entendimento da complexidade das articulações entre o universo simbólico e material das sociedades humanas.
Trata-se de um importante instrumental para explorar o universo inconsciente das ações individuais e grupais, ou seja, o sentido prático do comportamento humano. Não fazendo uso das distinções entre as ciências humanas – filosofia, história, antropologia, sociologia, lingüística, e ou mesmo economia e psicologia - para Pierre Bourdieu, o cientista social deve se armar de todo o tipo de ferramenta conceitual para penetrar na complexidade das realidades sociológicas.
Tudo leva a crer que a noção de violência simbólica explicita essa complexidade. Ela remete a um feixe de condicionamentos socializadores que mescla dimensões objetivas e materiais bem como subjetivas e simbólicas da vida grupal e individual.
Sem dúvida, a noção de violência simbólica é reveladora de um esforço original de compreensão das relações dialéticas entre indivíduo e sociedade, relações dialéticas entre estrutura social e estrutura mental, expressa a força do pensamento interdisciplinar do autor bem como seu esforço em revelar os mecanismos de orquestração dos sentidos que tecem as redes sociais de significação.
Para Bourdieu, a dimensão oculta da violência simbólica é produto de um reconhecimento e de um desconhecimento sistemático do arbitrário de uma produção cultural devido ao fato de estarmos emersos nela e julgá-la como evidente.
Para finalizar, contudo, valeria enfatizar que embora a análise sobre o poder arbitrário da produção cultural em Pierre Bourdieu leve-nos a uma leitura pessimista da dinâmica da reprodução da dominação simbólica, seria importante salientar que para Bourdieu todo esclarecimento é uma forma de subversão.
A tomada de conhecimento dos mecanismos de reprodução da violência simbólica é a primeira condição para a transformação do que está estabelecido.
Muito obrigada
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